terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Mont Serrat - um olhar no passado

A impressão é de voltar no tempo, ao início do século. A subida de quatro minutos ao alto do Monte Serrat, em Santos, por trilhos do bonde fonicular é, no mínimo, inusitada. Aliás, a própria arquitetura do local nos remete ao passado com suas formas pós-modernista. O convite ao relaxamento e ao descompromisso com o estresse urbano acontece na recepção com o tratamento cortês do funcionário que recepciona os turistas e, ao mesmo tempo, vende e confere o ticket da passagem.
Minutos depois, a viagem acontece e a emoção é indescritível. A leve subida no bonde de madeira proporciona um raro momento de introspecção; uma tênue sensação de cruzar a linha do tempo. Oxigenada, a mente divaga pela beleza do verde, se desliga do burburinho urbano. Em volta, além da mata, apenas um casebre de madeira, pintada de branco, com aconchegante varanda, possivelmente para embalar, sem pressa, seu morador mais antigo, o funcionário responsável pela manutenção das engrenagens que, percebe-se, são bem cuidadas.
Bem... Chegamos ao topo. Quase deliciosamente, o bonde para. Na escadaria de acesso ao mirante, pinturas e desenhos chamam a atenção do visitante. Alguns fazem referência à inauguração – o ano de 1937. No alto do mirante, a panorâmica da cidade entorpece a visão, revelando um centro urbano agitado. Já o interior da Igreja Nossa Senhora de Monte Serrat é aconchegante. Afrescos e obras de artistas desconhecidos enriquecem culturalmente o ambiente religioso. E ali, encantado, o turista encontra um lugar propício às preces. Ao anoitecer, a magnífica Avenida Ana Costa chama a atenção, desde o começo, na Vila Mathias, até a chegada na Praia do Gonzaga. Extremamente educado, o funcionário que vende e confere o ticket da passagem, sorridente, informa que é a hora da descida. Acabou a viagem...

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